Chegou-se a um ponto em que até eu, que custo a surpreender-me com o petismo, já me surpreendo de não me surpreender mais. Ao que tudo indica, a última denúncia do Estadão sobre Dilma Roussef (sem link, amanhã estará em todos os jornais) tem o potencial de decapitar a novíssima presidenciável petista. Dilma fará o caminho inverso de Palocci: terá sobrevivido ao fait divers e cairá por causa affair.
Alguns aspectos da nova crise política chamam a atenção. Em primeiro lugar, Dilma tem sido constantemente vítima do fogo amigo - tanto o "vazador" do dossiê como a nova Roberto Jefferson são amigos de José Dirceu. Isso impossibilita que se fale em qualquer complô da mídia golpista ou das oposições: ambos têm sido pateticamente pautados pelos petistas. Isso se deve, claro, ao fato de dilma ser uma neófita. Mas os efeitos a longo prazo das denúncias recairão sobre o partido.
Há também o significativamente pitoresco: o principal articulador da falcatrua era compadre de Lula, termo que remete a estruturas de poder arcaicas que a republica-do-tapinha-nas-costas petista soube reinventar. Consta que a filha do sujeito saía das reuniões da ANAC vociferando que "papai já está no gabinete do presidente". Isso gera uma sensação paradoxal, ao distoar dos valores históricamente defendidos pelo petismo, ao mesmo tempo que se encaixa perfeitamente nas estruturas típicas do sindicalismo e dos movimentos sociais. É um traço da contradição fundamental do PT. Trata-se de um partido fundado num momento de perplexidade histórica, especialmente no Brasil. Não podia deixar de defender a Democracia e o Estado de Direito, num país que saía de uma ditadura, mas tinha a herança da esquerda pré-89 - com a qual até hoje não sabe o que fazer. E essa esquerda carrega no sangue o compadrio e o privilégio.
Alguns aspectos da nova crise política chamam a atenção. Em primeiro lugar, Dilma tem sido constantemente vítima do fogo amigo - tanto o "vazador" do dossiê como a nova Roberto Jefferson são amigos de José Dirceu. Isso impossibilita que se fale em qualquer complô da mídia golpista ou das oposições: ambos têm sido pateticamente pautados pelos petistas. Isso se deve, claro, ao fato de dilma ser uma neófita. Mas os efeitos a longo prazo das denúncias recairão sobre o partido.
Há também o significativamente pitoresco: o principal articulador da falcatrua era compadre de Lula, termo que remete a estruturas de poder arcaicas que a republica-do-tapinha-nas-costas petista soube reinventar. Consta que a filha do sujeito saía das reuniões da ANAC vociferando que "papai já está no gabinete do presidente". Isso gera uma sensação paradoxal, ao distoar dos valores históricamente defendidos pelo petismo, ao mesmo tempo que se encaixa perfeitamente nas estruturas típicas do sindicalismo e dos movimentos sociais. É um traço da contradição fundamental do PT. Trata-se de um partido fundado num momento de perplexidade histórica, especialmente no Brasil. Não podia deixar de defender a Democracia e o Estado de Direito, num país que saía de uma ditadura, mas tinha a herança da esquerda pré-89 - com a qual até hoje não sabe o que fazer. E essa esquerda carrega no sangue o compadrio e o privilégio.
Por fim, fica a sensação de que o que falta ao PT não é um candidato viável, mas um político viável. Os próceres do partido não resistem a cinco minutos sob os holofotes, sem que a atenção atraída faça pulular denúncias - da mídia golpista, da oposição reacionária ou do próprio PT.
Um comentário:
Dilma Russéfe ABESOLUTAMENTE EGUAL à professora Cudi Ampola.
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